terça-feira, 27 de novembro de 2012

Atividade na cidade de Cunha SP

Na Quarta Feira 21-11 estive na cidade de Cunha para realizar uma atividade de "Formação de Público" na qual me apresentei nas ruas e depois ministrei um Workshop para um grupo de teatro local, formado por crianças, adolescentes e adultos.

Mímico Andarilho chegando para apresentação de bicicleta "Berlineta"

Essa atividade faz parte da programação da Oficina Cultural Altino Bondensan, do Cone Leste Paulista, da Secretaria do Estado da Cultura.

Aula no palco do Cine-Teatro da cidade, aonde depois será projetado o filme "Meu Tio" de Jacques  Tati

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Olho no Olho (Rumo á cidade de Cunha SP)

Amanhã viajo para a cidade de Cunha SP para realizar o espetáculo seguido de um Workshop de Teatro de Rua, Mímica e Clown. Essa atividade faz parte da programação da Oficina Cultural Altino Bondensan, da Secretaria de Estado da Cultura. Vou de bicicleta "Berlineta", carregando minha bandeira de "Autenticidade", sem máscaras, passar um pouco da minha experiência de "brincante" de tantos anos.

Não nego que ultimamente, para mim, não tem sido nada fácil, já que tenho sobrevivido na maior parte do improviso em Campos do Jordão, me apresentando nas ruas no meio aos carros, aos vendedores de loto, aos mendigos amadores e profissionais, aos cachorros, aos palhaços vendedores de bexiga,  ás pessoas mal humoradas, etc. Porém também é verdade que tenho contado com o apoio dos comerciantes e dos donos dos restaurantes que me fazem sentir a vontade, assim como dos garçons e dos músicos que tocam dentro dos estabelecimentos, com os quais muitas vezes acabo interagindo. Sem dúvida, meu maior capital são as pessoas que tem casa ou fazem turismo em Campos do Jordão, já que elas formam o público que me assiste  e que me sustenta com suas colaborações espontâneas..

- Meu nome é Carlos Javkin, moro em São José dos Campos, sou artista de rua, mímico e clown a mais de vinte anos e, por mais que essa atividade – ás vezes - não seja muito valorizada, eu pretendo levá-la até o fim... Digo isso antes de rodar o chapéu e ganhar uma boa quantidade de dinheiro na minha melhor performance no último dia feriado de finados...

Olho no olho, é como se as pessoas esperassem uma resposta que não vem – ridículo –
-Parece um cachorro abandonado (alguém diz...)

Cem por cento, o máximo que você pode dar e mais um pouco. Foi o que aprendi nas oficinas de clown, faz muito tempo, em Buenos Aires.  No Brasil eu agregaria: Quando você viu, já foi...  

O senhor do boné parece mímico também... (foto de Mel Braga - São Sebastião SP)
Momentos mágicos aonde vêm tudo a tona: a técnica da mímica reforçada com técnica do movimento consciente de Klauss Vianna e seus conceitos sobre opostos, utilização do espaço, direções, etc. e a técnica de Clown e os conceitos de impulso, ritmo e contato com o público.


quinta-feira, 1 de novembro de 2012

"Maria Antônia" - Boneca de dançar


Ao assistir o filme “Gonzaga, de pai para filho” junto a meu filho, vem na minha cabeça a imagem da mesa de trabalho do mestre Afonso Miguel, lá pelo ano 1987, na cidade de Olinda, e dos bonecos gigantes do carnaval que ele esculpia no barro.  Vejo o “Grande Sertão Veredas”, a caatinga, os jagunços, os coronéis... A vida do mestre Luis Gonzaga e sua origem pobre, sua chegada no Rio de Janeiro e sua luta pelo ganha pão e o reconhecimento. Fiquei surpreso ao saber que no começo de carreira ele se apresentava nas ruas e nos bares “rodando o chapéu”.
Emocionei-me na cena na qual ele sai na laje do teatro para cantar para “o povo” que não tem dinheiro para pagar...
Lembrei-me que ainda é o ano do centenário do “Rei do Baião”. Acabei de arranjar um bom motivo para sair brincar com minha boneca Maria Antônia, dançando as músicas do "Gonzagão" e do Jackson do Pandeiro...

Maria Antônia encostada na bicicleta...
Maria Antônia não é muito bonita. Faz mais de dez anos, quando morava em sampa - no "morro do querosene" -  meu amigo Afonso Miguel (mestre mamulengueiro) me diz que queria fazer uma boneca esculpida diretamente na espuma, já que a técnica utilizada tradicionalmente é a de preencher uma malha de dança inteira com pedacinhos da mesma. E não é que eu, andando pela Avenida Corifeu A. Marques achei uns blocos de espuma novinhos, que acabavam de ser jogados?. Maria Antônia é feia mesmo!,  Também, não dava para ser de outro jeito, já que acabou de se esculpida  na tesoura, num cantinho do assento traseiro do Fusca, enquanto eu levava o mestre Afonso para o aeroporto, num dia de chuva torrencial, com o carro cheio de bagagens. Depois ela passou pelas mãos do meu amigo Antônio de Olinda que deu o acabamento da pele e pelas minhas, que acabaram acertando tudo na tesoura. O mestre mamulengueiro "Saúba dos bonecos" fez os primeiros "sapatos grudados" que eu renovo de tempos em tempos...

Técnica do teatro popular, onde se grudam dois sapatos a uma chapa de metal