quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

"Como Andorinhas"...

Assim como as Andorinhas voam atrás do sol, nos seguimos nossos sonhos...

Seja brincando espontaneamente com as pessoas nas ruas, montando peças de teatro, espetáculos de poesia, shows musicais, etc. O verdadeiro artista é aquele que cria por instinto, por impulso vital. Como diz o escritor João Maria Rilke no seu livro "Cartas a um Jovem Poeta": - Escreva no momento em que a necessidade seja maior do que qualquer coisa. 

“Cria se o que não se tem”, diz o escritor Ernesto Sábato.  Tal vez artistas e cientistas tenham uma função parecida dentro da sociedade, que é a de projetar, refletir, procurar saídas e soluciones.

Nós lutamos. Às vezes somos reconhecidos e outras nem tanto. Sobrevivemos, especialmente os que tiramos nosso sustento através da arte. Temos a vantagem de fazer nosso próprio horário, de ter tempo para pensar, de sermos autônomos e de termos que ser sempre um pouco crianças.

Tomara que o ano de 2015 seja tão frutífero como o está sendo esse de 2014.

Nós, com minha nova companheira de trabalho Vivian Rau, vamos de Oscar Wilde, porque "Uma Andorinha só não faz verão"...

"A História do Príncipe Feliz"

Um feliz Natal e um Próspero Ano novo para todos os amigos e colegas que lutam que nem a gente. 

https://www.facebook.com/pages/Mamulengo-Andarilho-Teatro-Popular/1569688376607217?fref=ts

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Três Palhaços

 Fechando com chave de ouro a minha Oficina de Improvisação Teatral, Mímica e Clown, que ministrei durante o ano todo, no Espaço Cultural Clemente Gomes, da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, em São José dos Campos, SP, apresentamos uma performance num Sarau que aconteceu no mesmo local, no Sábado dia 08 de Novembro, meu filho Diego,  Jean  Alex e eu.

Três palhaços

Na apresentação, que tinha como tema “O sonho de cada um”, “brincamos” com elementos básicos de mímica apreendidos nas aulas, finalizando com Diego tocando Saxofone, eu bongó e Jean dançando bolero com uma boneca minha.
Pela oficina passaram várias pessoas interessadas em teatro e público em geral e contamos com a dificuldade de ela acontecer nas sextas feiras de noite, o que acabou atrapalhando um pouco.
Mas valeu pelo Jean, que além de ser mudo, enfrenta vários problemas de saúde, e ao qual, segundo ele, a oficina ajudou a tornar sua vida mais feliz.
Legal também é a cumplicidade de palhaço que adquirimos nos três no transcurso das aulas e que pode ser visto no final, onde meus meninos se entregaram sem medo de serem felizes...

  
Trio de respeito (rs)

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Festa do Dia das Crianças, na Praia Fortaleza em Ubatuba SP

Parece que os moradores nativos das praias vizinhas, Fortaleza e Brava, na cidade de Ubatuba SP, são todos meios parentes, só que uns são católicos e os outros protestantes. O dia das crianças serviu para unir tudo mundo numa festa que teve a participação ativa de uma galerinha adolescente da comunidade que faz aula de fotografia e vídeo e que está criando um documentário sobre a vida das pessoas de lá. 

A festa teve um pouco de tudo: Gincana, Contação de histórias, Pipoca, balas, Show de sanfona e a minha participação. 

Como é bom unir o útil ao agradável...

Obrigado Thais Taniguti e galerinha do projeto "Caiçara criativo".



Foto de Jussara Guimarães
Quem ouve desde menino
Aprende a acreditar
Que o vento sopra o destino

Pelos caminhos do mar

O pescador que conhece
as historias do lugar
morre de medo e vontade
de encontrar Yemanjá

Yemanja Odoiá Odoiá
Rainha do mar
Yemanja Odoiá Odoiá



Dorival Caymmi  (Caminhos do mar)



terça-feira, 9 de setembro de 2014

"Ação Brincante" no FESTIVALE 2014


Acabei de realizar minha atividade de quatro dias de intervenções pelos bairros de São José dos Campos com o projeto que chamei "Salve o Brincante", mas acho que o nome mais apropriado teria sido "Ação Brincante".


Dessa vez optei em sair da forma mais leve possível, como mímico-palhaço, montado na minha bicicletinha “Berlineta”, levando minha própria trilha sonora de banda "big ben" de rua amplificada a minha caixinha de cintura. Funcionou muito bem. Minha proposta foi o clown puro solto no meio do povo. Saindo de um ponto determinado  ia realizando intervenções com as pessoas que encontrava pelo caminho e de vez em quando parava e fazia mini espetáculos. No final me apresentava e aproveitava para divulgar o festival.

O Clown puro é o palhaço que mora dentro de cada um de nós. Ficando em equilíbrio, a comunicação se estabelece desde um ponto zero que consiste em não se fazer nada, ficando totalmente neutro. A partir de ai começa um jogo de ação e reação onde se improvisa junto com o público. Parece fácil mas é extremadamente difícil, já que a tendência natural é pensar.

Foto de Fernando Carvalho

Quando se vai brincar com um grupo de pessoas que estão no seu habitat natural, acaba tendo que se lidar com o comportamento social. Teve momentos muito bons, como um em que quase entrei dentro de um ônibus com minha bicicleta carregada de coisas. Depois apostei corrida com o motorista. A plateia era formada pelas  pessoas que estavam no ponto. 

No Parque da Cidade, teve uma criança que ficava me imitando, dançando de forma desengonçada que nem eu. Eu me mostrei chateado, peguei a bicicletinha e fui em cima dele. Ele saiu correndo de verdade, mas depois achou engraçado.  Seguidamente fiz um jogo com bola imaginária com um pai e um filho que estavam jogando futebol, mostrando o trajeto da bola em mímica. As pessoas riam muito. Tudo o que ia acontecendo somava com o jogo anterior. O jogo de improviso costuma durar aproximadamente uns vinte minutos, desde que começa a rolar, passando pelo seu ápice até a culminação de forma espontânea. Assim acontece quando vou rodar o chapéu nas ruas.

Foto de Fernando Carvalho

Uma coisa que deu para confirmar é que para o jogo acontecer melhor é preciso que exista um espaço físico livre em que as pessoas consigam enxergar as cenas  e facilite à interação com público. Na feira livre de Santana, por exemplo, acabou “rolando” porque era “fim de feira”...

No Brasil, "Brincantes" são por exemplo, os personagens do Bumba meu boi. Eu represento "a burrinha", personagem do auto, onde acabo misturando a técnica de mímica européia com o jogo de improviso que aprendi nas ruas, em quase três décadas de experiência.



terça-feira, 2 de setembro de 2014

"Esperando Godot"

Lendo “Esperando Godot” de Samuel Beckett, me surge a imagem dos personagens do cinema mudo e do meu próprio personagem nas ruas. Um errante, um perdido, alguém que caiu de paraquedas não se sabe bem de onde. O certo é que tenho sobrevivido dessa atividade há tanto tempo e ainda sobrevivo. Só preciso do espaço adequado para a “brincadeira” é de um bom estado de ânimo que tudo se resolve para mim em matéria econômica. Ao menos consigo pagar as minhas contas. Aparentemente as bancas que selecionam espetáculos em diferentes Editais não dão tanto  valor assim a atividade do improvisador de rua, já que tenho tido certa dificuldade em encaixar meus projetos. O conceito que eles mais falam é o de “Excelência Artística”, o que me leva a entender que apesar da contemporaneidade da nossa época, ainda prevalece o lado mais conservador de um formato fechado, com começo, meio e fim. De acordo com amigos eu devia vender o que faço de melhor que é a interação com o público. Assim tenho participado de vários projetos com meu “Mímico Andarilho” e participarei a partir dessa sexta feira dia 05 de Setembro da edição Número 29 do FESTIVALE, Festival Nacional de Teatro do Vale do Paraíba, realizado pela Fundação Cultural Cassiano Ricardo, na cidade onde moro, São José dos Campos. Minha atividade chamada “Salve o Brincante” consiste em percorrer diferentes bairros da cidade brincando com as pessoas nas ruas enquanto divulgo o festival.

Lá vamos nós...

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Na trilha de Oscar Wilde

Marcamos a estreia do espetáculo “Do Príncipe Feliz” para Novembro. Temos três meses para preparar-nos, terminar o roteiro, o cenário, os bonecos, ensaiar, etc. Sabemos que a história que já existe dentro de nossos corações vai tornar-se real a partir de começar a apresentá-la. Depois da antiga parceria com Silvia Nery, que acabou em 2004, é minha primeira experiência de um trabalho junto com outra pessoa. Vivian Rau parece ser a companheira ideal, já que é “Mamulengueira”, por tanto, artista popular que nem eu. Para mim está sendo uma oportunidade de aprender dramaturgia, já que estou escrevendo o roteiro, baseado na obra de Oscar Wilde.

A forma como está sendo o processo de criação também é uma novidade, já que é lento e de forma maturada.

No tempo do homem da roça, ruminando que nem boi, vamos nós, devagar, mas, em frente.

Nos finais de semanas continuo apresentando-me nas ruas de Campos do Jordão, aonde vou a improvisar, solto, com meu doido “cavalinho de pau”, fazendo intervenções, na base de rodar o chapéu para os turistas.


Em São José dos Campos, pela Fundação Cultural Cassiano Ricardo,  realizo uma oficina de Mímica e Improvisação para o Clown, dentro da entidade e também desenvolvo um trabalho no Centro de Convivência dos moradores de rua da cidade, onde sou chamado por eles de “Professor de Música”, já que o que tem funcionado melhor é a batucada, para a qual carrego nos alforjes da minha bicicleta todos os instrumentos de percussão que possuo, além da flauta, a estante de partituras, etc. Com eles estamos também construindo um “Boi Tatá”, que é uma grande cobra de fogo protetora da natureza, baseado numa lenda do folclore brasileiro.

Portão do Centro de Convivência "POP" II, Em São José dos Campos SP

terça-feira, 15 de julho de 2014

Meu Buenos Aires Querido...

Enquanto os argentinos estavam loucos para vir no Brasil para assistir de perto o mundial da FIFA, eu aproveitei a oportunidade para fugir dele e visitar Buenos Aires, minha terra natal, junto a meu filho de treze anos que jamais tinha ido lá.

Como bom artista popular que sou, fui preparado para me apresentar nas praças da cidade portenha, levando minha “burrinha” de carcaça nova, toda bonita e enfeitada, além de uma pequena mala com uma síntese do meu espetáculo.

Chegando lá deparamos-nos com um cenário “literalmente” frio de grande metrópole, onde moram pessoas extremadamente sérias, vestidas de cores discretas, em que as mulheres cuidam da aparência com certo exagero na maquiagem e muitos homens vestem sobretudo.
Como é bonita Buenos Aires, ainda mais no outono e no inverno, com seus prédios antigos, seus grandes parques, seus monumentos, suas esculturas de metal por toda parte. Tivemos o privilégio de visitar o Museu de Belas Artes da cidade, onde estavam expostos quadros de pintores famosos como Renoir, Van Gogh e Monet e várias esculturas de Rodin.

Um fato importante é que em Buenos Aires existem milhares de ciclistas pedalando por ruas e avenidas, onde há bastantes ciclovias. Nos trens que vão para Zona Norte existe uma parte dos vagões que permite transportar as bicicletas. Também há pontos da prefeitura espalhados na cidade em que você pode pegar uma bicicleta emprestada por algumas horas.

Falando da minha performance, digo que consegui fazer alguma coisa só no último dia, antes da volta para o Brasil. Foi bem engraçado, porque descemos do prédio onde ficávamos junto com meu filho, no Bairro chique de Belgrano, eu vestindo meu terno branco com detalhes em chita, o que contrastava totalmente com o resto das pessoas que vestem roupas mais escuras. Eram umas três e meia da tarde. Saímos caminhando pela rua em direção à movimentada Avenida Cabildo, carregando um enorme saco com uma cara de palhaço bordada na frente, onde levamos a “burrinha”. Chegamos numa bonita praça pouco movimentada e sentamos ao pé de um monumento. Havia só algumas pessoas sentadas nos bancos da praça e outras de passagem. Estava frio. Me maquiei ai mesmo, que nem de costume, e depois comecei a me movimentar para esquentar."Brinquei", como sempre o faço, imitando as pessoas que passavam. A coisa tomou corpo mesmo quando apareceram os alunos da escola pública que fica enfrente a praça. Eram crianças pobres de tipo indígena, com certeza filhos dos empregados da gente rica do bairro. Uns eram nascidos no Peru e outros filhos de peruanos. Fiz mímica para eles e depois coloquei a burrinha. Não me deixavam ir embora, pedindo-me para fazer mais uma vez. No final me apresentei, falei que nós morávamos no Brasil, portanto, estávamos de passagem. Eles trouxeram dinheiro que pegaram dos pais e colocaram no meu chapéu. Dever cumprido! é com gente humilde, em homenagem ao meu venerado Oscar Wilde...

Nas escolas públicas de Argentina os alunos vestem avental branco como uniforme



terça-feira, 24 de junho de 2014

Em homenagem a São João

Num Domingo ensolarado, festejamos São João, na apresentação da minha ex-companheira Silvia Nery, no belíssimo Parque Vicentina Aranha, em São José dos Campos- SP.

“O Boi Encantado” conta o enredo em que Catirina, estando grávida, fica com desejo de comer a língua do boi mais bonito da fazenda.
Baseado no auto do Bumba meu Boi do Maranhão, Silvia mantém a atenção da plateia com sua simpatia, suas caretas, sua dança e sua voz. O espetáculo conta ainda com a participação ativa das crianças.

Tendo a trilha sonora executada ao vivo pelo do mestre Denílson de Paula, tive o privilegio de participar dessa apresentação, dando apoio, como músico e brincante.
Grande São João, que trouxe paz a nossos corações e nos fez reviver momentos maravilhosos, em que cantávamos e encantávamos Silvia e eu, quando apresentávamos o espetáculo “A Pastora Marcela”, sendo dois palhaços populares, nas escolas das periferias, tanto de São Paulo Capital, como de São José dos Campos.

Assim como nasce, é batizado e depois morre, para renascer novamente no ano seguinte, a tradição do bumba meu boi representa a roda da vida.

Nascido no “Morro do Querosene”, em São Paulo, e com grande influência do auto do Bumba meu Boi, Diego, filho de Silvia, que também é meu, agradece com certeza o bom convívio dos pais.

Viva São João!!!

Foto de Doris Donini

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Minha "Virada Cultural" do dia a dia...

Nossa! Como trabalhei... Ensaiei durante semanas para me apresentar na Virada Cultural Paulista de São José dos Campos, para a qual meu espetáculo foi selecionado. A minha cozinha virou minha sala de ensaios. Marquei apresentações na Mostra de Teatro Independente em Caraguatatuba e na escola do meu bairro, para ir treinando com público. A cada ensaio fui tomando um aprecio maior pelos objetos do espetáculo. Parece que quando a gente mais se relaciona, mais eles tomam vida.

Na necessidade de uma estrutura que de certa forma me proteja e me fortaleça, tenho ensaiado, fazendo um estudo de ações precisas no espaço, num ritmo determinado, no diálogo direto com a plateia.

Se para existir qualquer tipo de diálogo precisa-se de certa distancia, num diálogo de gestos, o público primeiro tem que entender o código, tanto numa “brincadeira livre” nas ruas como dentro duma história determinada.

A minha vivência de ator tem misturado saídas para rua, onde não existem limites, já que vou ao “Deus dará”, improvisar na no meio das pessoas, com a estruturação de um espetáculo.

Nas ruas vou ao confronto, sabendo que meu trabalho não gera riquezas, já que teatro não é comercio. Me considero um operário teatral...

Acredito que o fato de me sentir tão atraído pelo personagem “mendigo” seja a minha origem pobre e minha luta pelo sustento, como palhaço de rua.

Apaixonei-me pelos livros de Jorge Amado, escritos na década dos ’30, lendo vários livros deles, como “Capitães de Areia”, “O país do Carnaval” e “Cacau”, mas o que mais me marcou foi “Suor”, onde, tendo como cenário um Cortiço, ele mostra a realidade de Salvador nessa época.
Em “suor”, aparece um personagem que mora debaixo da escada, e que é o único que não paga aluguel. Ele tem um ratinho de estimação que nem o meu personagem do “Na Rua”.

Na futura montagem “Do Príncipe Feliz”, junto com minha amiga Vivian Rau, estou adaptando a história de Oscar Wilde para dois personagens mendigos.

Em fim, Charles Chaplin e os moradores de rua, as crianças menores de cinco anos e os cachorros vira-latas, tem sido minha fonte de inspiração, nessa minha sobrevivência através da arte, com altos e baixos...

Primeira versão do espetáculo "Na Rua" - Praça Afonso Pena em S.J.C. - SP, 2006

terça-feira, 6 de maio de 2014

Fim se semana "do Trabalhador"...

Fim de semana “do trabalhador”... Ou tal vez do palhaço ciclista... Caramba, como o corpo aguenta o tranco quando está acostumado. Trabalhei os quatro dias do feriadão do primeiro de maio em São José dos Campos, no Litoral Norte e na Serra da Mantiqueira.
Sim senhores. “Santa bicicleta” aquela que transportou a minha burrinha, a boneca de dançar e o resto das tralhas que utilizo nas minhas interações quando atravessei a cidade e fui brincar na quinta feira lá na festa do trabalhador, na tradicional macarronada, no Bairro do Novo Horizonte, em São José dos Campos. Foram aproximadamente 45 km pedalados, ida e volta, sem contar as horas em que fiquei na festa, fazendo intervenções para o “povão”.
E o que é que o artista popular mais quer, a não ser “brincar” para o povo e ainda ser pago para isso? Agradeço o pessoal do Departamento de Eventos da Prefeitura de São José dos Campos por ter me proporcionado essa oportunidade.


Fila do macarrão no Bairro Novo Horizonte em São José dos Campos
Mais fotos da festa na página do Facebook:

https://www.facebook.com/MimicoAndarilho/posts/520220664751302

Mas isso foi só no primeiro dia do feriado, já que na sexta feira cedo estávamos descendo para o Litoral Norte, meu filho e eu, para participar da terceira edição da Mostra Independente de Teatro, na cidade de Caraguatatuba, viajando de ônibus, levando “nossas bicicletas” no bagageiro, junto aos objetos do espetáculo “Na Rua”, que foi o que apresentamos.

Apresentação do espetáculo "Na Rua" na terceira M.I.T. na cidade de Caraguatatuba
Mais fotos da MIT na página do Facebook:

https://www.facebook.com/media/set/?set=a.519410564832312.1073741833.306038282836209&type=1


No Sábado subi a serra, que nem de costume, para brincar livremente durante o final de semana para os turistas que passeiam na cidade de Campos do Jordão, na base de rodar o chapéu. Levei á burrinha, a flauta, o saco de dormir, o cobertor, os alforjes com meus objetos pessoais, o figurino, a maquiagem, o amplificador, e é claro “A bicicleta”...


bicicleta pronta para atravessar a cidade no dia do trabalhador

terça-feira, 25 de março de 2014

Artista de Rua : Livre como uma Andorinha...


Assim como a andorinha vai atrás do verão, nós vamos atrás de nossos sonhos.

Não nego que fico um pouco chateado por não ter um mínimo de reconhecimento por parte da maioria dos comerciantes nem das autoridades de Campos do Jordão, depois de tantos anos de trabalho, mas não deixo de reconhecer que facilita o fato de ter o meu cantinho onde deixo minhas coisas e também que todos os trabalhadores que nem eu me tratam com carinho, fazendo-me  sentir "em casa". 

O que me faz continuar indo a Campos é o contato com  "meu público" que muitas vezes senta nos bares esperando me ver.

Aconteceram boas novidades na cidade onde eu moro, onde sempre tive um certo reconhecimento "oficial" o qual retribuo cada vez que me apresento em toda cidade onde eu vou, considerando-me um artista de São José dos Campos. Vou dar aula dentro da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, abrindo assim um laboratório de pesquisa de Improvisação teatral, Mímica e Clown durante o ano todo. Participarei também da próxima Virada Cultural Paulista, como artista da cidade.

Agora vou retomar os ensaios do meu espetáculo chamado "Na Rua" onde interpreto um mímico "mendigo" e continuarei o ensaio de um outro no qual estou super envolvido, junto com minha amiga Vivian Rau, sobre o conto "O Príncipe Feliz" de Oscar Wilde. Porque uma "Andorinha só não faz verão"...


Andorinhas




quarta-feira, 5 de março de 2014

São tantos carnavais...

Carnaval é a data para a gente extravasar a nossa felicidade, foi um dos comentários que ouvi ao respeito. Outro foi que é uma festa ridícula que se alastra de geração em geração. Sei lá, eu fico pensando qual é o sentido do carnaval, enquanto vejo pessoas “vestindo” personagens, exteriorizando fantasias, se animando a comportar-se de forma diferente ao que estão habituadas. Isso é realmente bom.

Eu trabalhei no carnaval em Campos do Jordão, como tem sido nos últimos anos. Aliás, como tem sido quase todos os finais de semana do ano inteiro, na base de rodar o chapéu para os turistas.  Meu público fiel, na maioria formada por paulistanos, estava lá. Difícil foi encontrar um canto para conseguir interagir com eles, já que com a “muvuca”, tudo acaba virando lugar de passagem. 

Na urgência de ampliar o leque de opções, esse ano vou dar aulas para á Fundação Cultural Cassiano Ricardo, em São José dos Campos, pela primeira vez. Além de retomar minhas apresentações para escolas e viajar para outras cidades, levando meu “Mímico Andarilho”.

O meu maior envolvimento está sendo com Oscar Wilde e sua ironia quando se trata de temas como a Moral e os bons costumes ou a própria “felicidade”. Olha só: -Muita gente age bem –respondeu o moleiro para a mulher-, porém muitos poucos falam bem. O que mostra que falar é mesmo, e de longe, a mais difícil das duas coisas, além de ser a mais requisitada...

“Políticos” a parte, minha maior vontade é terminar de montar o espetáculo sobre conto de Oscar Wilde, junto com minha amiga Vivian Rau, para sair apresentando por ai...

Olha a Cecília de chapéu de Cangaceiro, "montada na burrinha" que fiz para meu filho a 10 anos,
no desfile do Pirô Piraquara, nas ruas de São José dos Campos, SP.



domingo, 16 de fevereiro de 2014

"A arte imita a loucura"...

Dizem que a arte é a loucura tem uma estreita relação. “Os loucos de verdade” são medicados, ficando num estado de calma moderada, cada um no seu canto, se relacionando com o meio de forma secundária.
É não é que acabei retomando o espetáculo “Na Rua” na sua essência, me apresentando para um público desse tipo. Moradores de casas de referência de saúde mental, espalhadas na cidade de São José dos Campos.
A apresentação foi feita na praça do bairro onde fica uma das casas, logo ali, enfrente da casa onde eu morei durante cinco anos, no bairro chamado “Bela Vista”, enfrente a antiga estação de trem. Nessa praça, por exemplo, foi que ensinei meu filho a andar de bicicleta.
Lembro-me também de tantas noites nas quais sai para rua, caracterizado, e fui “brincar” de palhaço, nos bares que ficam enfrente a praça.
Na apresentação com os “loucos”, me senti mais um deles. Tinha um que usava um radinho de pilha que nem meu personagem, tendo como antena um palito de fósforos. O radinho não funcionava, mas ele ficava ouvindo mesmo assim. Teve um momento mágico em que imitei todos eles e alguns deles me imitaram também.



Tarde ensolarada na praça, no dia da apresentação...



Em fim, foi uma “loucura”. Quem sabe um dia desses não encontre um deles na rua, de cara branca, querendo concorrer comigo...

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Ares de Renovação...

Vivemos num tempo de correntes opostas: A do consumo e a da "reciclagem", a do conforto e á da "solidariedade" a do progresso e a da "memória" (tal vez essas duas últimas da para conciliar..), etc.

Fortes correntes de vento em forma de redemoinho trouxeram chuvas aos azotes para São José dos Campos nesses dias. Na minha casa entrou água até pelo vão da porta.

Ares de alivio sentimos quando refresca depois da chuva, em dias quase tão quentes como o sol...

Os ventos trouxeram-me a imagem do  "Andarilho" e acabei decidindo retomar o espetáculo "Na Rua" com o personagem como era na essência, já que acredito na mensagem que ele traz.

Apresentação no FESTIVALE 2010, no Parque Vicentina Aranha, em São José dos Campos, SP


Além da retomada do "Na Rua", que faz parte do repertório da Companhia "Milongas Sentimentais", os ventos trouxeram-me á parceria de minha amiga mamulengueira Vivian Rau, com a qual já começamos os ensaios para montagem de espetáculo sobre obra de Oscar Wilde que tem como tema "os opostos"...





quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

“Colabore com o meu chapéu, se quiser, com o máximo que puder”...

No último final de ano tive a “ousadia” de pedir apoio aos comerciantes de Campos do Jordão, que nem os faço com os turistas que frequentam a cidade: “Colabore com meu chapéu, se quiser, com o máximo que puder”...

Em realidade não escolhi a melhor época para a iniciativa, já que a maioria dos donos dos estabelecimentos se encontra de férias, fora da cidade. Então acabei conversando com poucos donos e vários gerentes e atendentes que encontrei, entregando-lhes um folheto feito ás pressas, junto a um pequeno envelope presos a um clipe.

O folheto,  feito as pressas,  saiu com alguns erros gramaticais, mas...
 Apesar disso, a resposta não foi totalmente negativa, e foi até bom poder me apresentar para as pessoas, falar um pouco do meu trabalho e deixar o endereço do meu blog. De alguns dos donos com que consegui conversar diretamente recebi elogios e de outros até uma boa gorjeta.
Enfim, “dei as caras”, “me coloquei”, falei a verdade:
-Tenho vindo a Campos do Jordão, me apresentar para os turistas, o ano todo, quase todos os finais de semana nos últimos dois anos, na época das “vacas gordas” e a das “vacas magras”, dando o melhor de mim, tentando trazer alegria para as pessoas...
 -Como eu não vendo nenhum produto e meus ganhos vêm exclusivamente da colaboração espontânea dos turistas, no final de ano eu chego cansado e precisando de um “refresco”...

O dia 31 me trouxe a resposta que eu já sabia. Vou para Campos do Jordão há tanto tempo porque existe um público fiel, na maior parte formado por paulistanos, que gosta de mim e mantém meu trabalho. Além do mais sempre acabo encontrando pessoas dos mais diversos lugares do Brasil e do mundo que assistem meu trabalho pela primeira vez...

Feliz Ano Novo de 2014!