terça-feira, 31 de julho de 2012

Licencia para “brincar”


Recebi uma proposta informal de uns amigos de uma companhia de teatro da cidade de Caraguatatuba para dar uns toques sobre mímica e clown para um grupo recém formado de jovens que pretendem levar alegria a pacientes em hospitais.
Pensando sobre o que eu poderia passar de melhor para eles, cheguei á conclusão de que é a minha experiência sobre a exposição do palhaço. Conseguir ficar simplesmente exposto na frente das pessoas pode parecer fácil, mas é muitíssimo difícil, já que requer não fazer nada, ficar vazio, não pensar, simplesmente sentir o corpo e se deixar levar. Estar aberto a o que “der e vier” requer coragem. Esse contato é mágico e tem a ver com a linguagem da criança menor de cinco anos, que age pelo impulso vital.

Tudo bem, quando vou interagir livremente com o público nas ruas nem sempre consigo ficar nesse “ponto de equilíbrio”, especialmente no meio da multidão, onde a tendência é a dispersão, por isso prefiro me apresentar para grupos pequenos, onde é mais fácil criar certa intimidade. Sexta feira passada, no último final de semana do Festival de Inverno de Campos do Jordão, teve um momento bem interessante em que apareceu “o clown” com muita espontaneidade, quando parei na calçada, enfrente a uma árvore e, percebendo que estava sendo observado por uma família, meio que fiz um sinal dando passagem para a árvore. Foi um momento inusitado para mim, para a família e para as pessoas que passavam pelo lugar. O palhaço é isso mesmo, sutileza pura...

Foto: Mel Braga (São Sebastião SP)


Realmente eu acredito nesse tipo de trabalho, sem esquema pré- estabelecido, onde o palhaço parece abrir a porta da rua para as pessoas se sentirem livres para brincar...

segunda-feira, 16 de julho de 2012

São José, dos Campos...


Disso que eu gosto de São José dos Campos, cidade onde e moro; do ar de roça - a pesar de metrópole – da carreta puxada por bois, que ainda você encontra perto da minha casa, que fica no começinho da Serra da Mantiqueira, do jeitinho “minheiro” de ser, da sabedoria popular do Seu Antônio, que planta na lua nova e conhece as ervas que curam. Das dezenas de “tiozinhos” que pedalam suas “Barras Fortes” de cara fechada. Do Rio Paraíba que resiste a poluição urbana, abrigando peixes e recebendo a visita de garças que vem se alimentar a luz do dia e de pacientes pescadores que ficam horas na sua beira com as varinhas entendidas.

Carreta puxada por bois. "Revelando São Paulo 2012", Parque da Cidade S.J.C.
Aqui já realizei loucuras tais como entrar nos botecos fazendo mímica e brincando com meus bonecos da “Cultura Popular” conseguindo me comunicar com as pessoas com natural simplicidade, descolando meu sustento no chapéu durante anos, quando morava na região central, entre 2004 e 2009. 

Grupo de Folia de Reis de Carapicuíba, SP

Aproveito a edição do “Revelando São Paulo 2012” para matar a saudade, fazer minha oração de agradecimento e pedir pela proteção divina...

Olha a minha burrinha fazendo parte da festa!