domingo, 28 de agosto de 2011

"O melhor amigo do palhaço"


O meu amigo e camarada – meu cachorro – “O alemão”, foi atropelado por um carro que interrompeu sua costumeira e triunfal corrida rumo ao brejo, que fica do outro lado da avenida-do lado da minha casa – Eu só ouvi uma forte batida seca, enquanto fechava o portão, e pelo estrondo, imaginei que tinha acontecido coisa pior.
Graças a Deus e a São Lázaro – protetor dos animais e dos palhaços – “O alemão” se recupera das contusões sofridas, e de aqui a pouco com certeza ira novamente pular atrás de preás junto com seu fiel amigo e também cachorro chamado “Raposão”.

Meu amigo "O alemão"

Sim, eu assumo a estética do “Andarilho” e suas roupas rasgadas. È minha humilde forma de protesto. Com ele, eu me sinto “junto” de alguns amigos com os quais compartilho valores e ideais como o da importância de ser “criança”, proteger o meio ambiente e pensar em “humanidade”.

Retomo meu espetáculo “Na Rua”, não só para me inscrever em edital da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, em São José dos Campos, como também para “cair na estrada”, começando pelas cidades vizinhas em direção a Campos do Jordão.
“Na Rua” pode ser apresentado em escolas - para todas as idades-, em faculdades, em praças - pelos projetos de secretarias de cultura-, em festivais de teatro, em empresas, etc.

"Festivale 2010" - foto de Chris Lobato



domingo, 21 de agosto de 2011

Ida a Campinas e Jaguariuna...

Sexta feira  arrumei minhas coisas e me dirigi rumo a Campinas, levando minha bicicleta no bagageiro do ônibus da empresa “Pássaro Marrom” - como sempre – O tempo estava bem abafado.


Aproveitei minha estada em Campinas para sair brincar – despretensiosamente - à noite, nos bares, montado na minha bicicleta. Ia ao bairro “Cambuí” aonde uma turista campinense que me assistiu em Campos do Jordão me disse que “dava para rolar”. Campinas tem um ar de metrópole, com largas avenidas. Não vi gente de bicicleta nas ruas, nas quais consegui transitar tranquilamente no meio a carros e ónibus, levando minha burrinha pendurada às costas. No trajeto tive que passar por uma parte meio escura – e aparentemente perigosa – da região central, mas continuei enfrente... Chegando ao destino, vi vários bares em ruas bem movimentadas e fiquei um pouco assustado. Estava quase voltando “para casa” quando fui munido por certa coragem que me levou a “tentar”, já que essa e a melhor forma de saber como é que são as pessoas do lugar. Lamentavelmente escolhi o local errado para começar, num cruzamento em que há dois bares localizados nas esquinas que são frequentados por aquele tipo de jovens burgueses que se acham “o Máximo”. Fiquei parando o trânsito que nem faço em Campos do Jordão e notei que não e nada fácil, por causa do grande fluxo de veículos. Depois de um tempo finalizei a história, agradeci ao público e parti para outra. Já estava indo embora quando no caminho achei um bar de gente aparentemente mais “bacana” e acabei trabalhando para eles, continuando a improvisar com os carros da rua – apesar do stress de alguns motoristas –
No final houve palmas e consegui me apresentar para as pessoas do local para depois “rodar o chapéu” e ganharganhando”,ssoas do local emuito o dinheiro suficiente para pagar o hotel e mais alguma coisinha.


Integrante do grupo "Universo Casuo"



No outro dia oito horas da manhã estava em Jaguariúna, cidade vizinha de Campinas - em dia chuvoso  - onde fiquei sabendo do tamanho do evento no qual ia me apresentar. Tratava-sé de uma festa que uma grande distribuidora de pesticidas para o “agro” fez para seus clientes, com direito a participação num bingo, que tinha como prêmio um carro 0 km, comes e bebes a vontade e shows de Toquinho e “Universo Casuo” - grupo formado por um brasileiro ex-integrante do Cirque do Solei – alem de outras atividades circenses e animadores que nem “eu”, ao qual o dono da empresa contratou depois assistir em Campos do Jordão.



"Toquinho", parceiro do mestre "Vinicius de Moraes"



Resgato desse dia a convivência com pessoas do meio artístico e as conversas que tive com Carlos – motorista da Agross – e com Fausto – do grupo “Corpo Mágico” que me diz coisas como:

-Lamentavelmente no Brasil você tem que ser mala, ou seja, se mostrar "artista" e criar uma distancia com as pessoas. Por outro lado isso e bom, porque mantém a “magia” com as crianças. “Quando estou me apresentando, no palco eu me transformo...”

Grupo "Corpo Mágico"

terça-feira, 16 de agosto de 2011

De que barrio sos...? Visita ao Teatro "Vento Forte" em São Paulo

Ilo Krugli, brincando com seu cachorriho "Raposa" no "Vento Forte"

De qual bairro você é? Essa é a pergunta que o mestre Ilo Krugli sempre me faz quando a gente conversa, cada cinco ou dez anos. Dessa vez fiquei sabendo mais sobre sua vida. Bom, ele nasceu em Buenos Aires, capital de Argentina que nem eu e "é" do bairro Puente Alsina, que aliás aparece em várias letras de tangos (eu sou do bairro Floresta). Ilo mora no Brasil a mais de quarenta anos e é escritor, bonequeiro,artista plástico, diretor de teatro, em fim, um grande mestre do "Teatro Popular" que fundou o grupo "Vento Forte" no Rio de Janeiro, onde ficou dez anos, antes de se mudar para São Paulo ha mais de trinta. A gente falou sobre os períodos militares em América Latina e ele me contou sobre sua passagem pelo Chile, após o golpe militar naquele pais e da  sua dificuldade para poder voltar ao Brasil . Eu lhe contei sobre meu espetáculo sobre Argentina e falamos sobre as "mães da Praça de Maio".
Ilo me trouxe a tona a figura do grande bonequeiro argentino Javier Villafañe e da influência deste no seu trabalho.
Eu aprendi nesses anos todos de "brincante popular" a respeitar aos "mestres". E quando um me faz referência de outro a reverência fica em dobro...

terça-feira, 9 de agosto de 2011

"Somos feitos da mesma matéria que nossos sonhos"

Tomo emprestada essa frase de Wiliam Shakespeare e do meu amigo Pinotti para reafirmar que nossa missão como artistas é a de dar asas ás pessoas e não a de cortá-las...

Sinto-me um Cavaleiro – palhaço, andante, que enfrenta com sua simples burrinha de madeira uma poderosa Mercedes Benz ou uma Ferrari nas ruas de Campos do Jordão, com todo o simbolismo que isso representa.

Aprendi a sustentar minha postura na rua, mesmo quando o resultado não está sendo o que eu esperava.

Tenho “brincado” em baixo do sol da serra, protegido por farta quantidade de protetor solar.

Acredito firmemente em meio ambiente e em qualidade de vida,  por isso é que escolhi á bicicleta como meu meio de transporte.

carregando minhas bagagens junto com "meus sonhos" rumo a Campos do Jordão 06-08-2011


Sinceramente


-Estou me valendo de conhecimentos que me foram “doados” – e sou grato por isso – quando cursei a escola Klauss Vianna em São Paulo com a professora Neide Neves, em meados dos anos 90, aprendendo a “técnica do movimento consciente”.
Eu, que nunca tive como maior virtude a flexibilidade, acabei organizando uma série de alongamentos que me permitem estar em atividade, agora que a idade vai “chegando”.

- Tenho treinando música popular na minha flauta transversal, o que pelo exercício respiratório já vale à pena.

-Este blog está me servindo para treinar a escrita,  que eu acho um “barato”.


Em matéria económica, agradeço as pessoas por ter conseguido pagar quase todas minhas contas com o dinheiro que elas colocam espontâneamente no meu chapéu.

È claro que é bom quando pinta um cachê institucional e o trabalho da gente sai na midia, mas o fato de me apresentar sem vínculo me faz sentir mais livre para fazer as coisas do meu jeito.

Eu gosto do desafio de “ir” as ruas “com a cara e a coragem”...

Matéria do jornal Vale Paraibano, SJC - SP (2006)


terça-feira, 2 de agosto de 2011

Espelho do Cotidiano...

É verdade que fico muito exposto brincando "no meio da rua" e que  nem sempre estou tão “inspirado”. Mas mesmo assim vou a luta, por uma questão de sobrevivência.

Gostaria de ter alguém como “cúmplice” filmando de perto as brincadeiras de mímica e editar as imagens eu mesmo, escolhendo os melhores momentos.

 Estou num estado de espírito bem calmo com minha maturidade e tal vez por isso entenda melhor o “palhaço”, deixando fluir, dando tempo ao tempo e me comunicando com crianças e adultos de um jeito leve..

E é por isso que fui escolhido junto a Jorge Peronelli e Roberval Rodolfo -atores da "minha" cidade - a participar das gravações realizadas no Hospital do Câncer  no filme Aparecida “O Milagre”,  no papel de um "Doutor da Alegria", pela minha experiência e pela sutileza do meu clown, que não precisa de texto para se comunicar.


Antes da filmagem, eu, Roberval e Jonatas Faro fazendo um jogo de descontração com as crianças

Também por isso fui convidado a participar de cinco dos últimos seis “Festivale” -Festival de Teatro do Vale do Paraíba – realizados em São José dos Campos, SP,  cidade onde eu moro.

 Sim, o palhaço brincando "no meio da rua" tem uma forte função social, independente de instituições, já que ele se comunica diretamente com as pessoas expressando um certo anseio coletivo de irreverência. No meu caso - como mímico - minha atividade serve de espelho do cotidiano, e sinceramente, eu acredito nesse tipo de "Teatro de intervenção"...


Junto a meu colega e amigo Nelio Fernando em performance na rua no dia da luta antimanicomial em SJC SP