Apesar do meu trabalho ter sido fortemente prejudicado pela falta de infraestrutura, já que dependo da interação com o público e isso fica complicado no meio da multidão, reconheço que nessa temporada de julho as ruas do centro turístico de Campos do Jordão têm se transformado num
espaço democrático em que vários trabalhadores aproveitam a circulação de uma grande massa de público heterogêneo para batalhar o seu sustento.
Existem desde os vendedores de qualquer coisa (algodão doce, bexigas, balões, ímã de geladeira, trufas, etc), passando por retratistas e pintores de quadro, artesãos que trabalham com madeira ou metal, até os que realizam shows como eu.
Existem desde os vendedores de qualquer coisa (algodão doce, bexigas, balões, ímã de geladeira, trufas, etc), passando por retratistas e pintores de quadro, artesãos que trabalham com madeira ou metal, até os que realizam shows como eu.
Retratista junto com artesão |
“Não acredito mais na arte. Das pessoas que param aqui para
me assistir poucos colaboram na hora de recolher meus ganhos no chapéu. Muitos
se fazem de bobos e saem de mansinho, voltando quando recomeço meu show”. Foi o
que meu “conhecido” me disse, além de comentar que seus irmãos moram e se apresentam nas ruas da
Europa onde o público valoriza a arte.
“Estou aqui para pagar minhas contas e só”. “Hoje em dia o negócio e escrever
um livro e sair por aí dando palestras de auto ajuda”.
Apesar de seu discurso, fico admirado pelo fato de ele ter
conquistado o seu cantinho onde desenvolve seu trabalho independente da “muvuca”,
atendendo pelo geral às pessoas simples que estão de excursão pela cidade.
O seu cantinho também ganhou o pessoal que fica o dia
inteirinho sob o sol, representando estátuas vivas. Eles aproveitam o grande
fluxo de gente e de grão em grão vão enchendo o seu "cofrinho" com moedas e notas miúdas.
Estátua viva no meio da rua |
Tem também os músicos de rua. Entre eles o melhor é um Blues
Man representado por um moço jovem, alto, de barba e com aspecto ranzinza. Ele
veste uma roupa esquisita que o faz parecer com a Pantera Cor de Rosa. Na sua performance
faz a percussão com o pé, batendo com pedal num bumbo de bateria, enquanto toca violão e por
vezes canta ou toca gaita.
Som contagiante de jovem músico "Blues Man" |
Vídeo que realizamos junto a dois amigos há 11 meses atrás e que reflete a realidade da temporada de Campos de Jordão 2018:
https://www.youtube.com/watch?v=A6hWh0RAf0w&t=4s
https://www.youtube.com/watch?v=A6hWh0RAf0w&t=4s
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