"Sempre pensara em
ir
caminho do mar.
Para os bichos e rios
nascer já é caminhar.
Eu não sei o que os rios
têm de homem do mar;
sei que se sente o mesmo
e exigente chamar..."
(Trecho do Poema
“O Rio” de João Cabral do Melo Neto)
No poema acima, o
autor fala de rio situado na região Nordeste. Claudio Luiz, no seu espetáculo,
“Paraíba, Rio Bonito”, faz referência ao nosso rio, o Paraíba do Sul, que surge
da confluência do rio Paraitinga com o rio Paraibuna e aqui atravessa à zona norte
da cidade de São José dos Campos.
O espetáculo é
muito inspirador e foi criado com à maior dificuldade, com certeza recebendo a
força de Nossa Senhora Aparecida, à qual traz estampada no fundo do chapéu
“Itajiba”, o personagem da peça. Cláudio acabou incorporando à hecatombe que
aconteceu na sua vida, quando teve que tratar de um câncer agressivo que
atingiu sua garganta e glândulas, mudando sua
aparência rotundamente. Na peça, ele encarna um senhorzinho caipira que vem
falar sobre preservação do meio ambiente para o público, tomando como exemplo o
rio Paraíba, valorizando as histórias contadas pelos mais velhos, o tempo da
roça e a cultura popular. Como apoio ele traz para cena “Itororó”, seu boneco
“burrinha”, com a qual conversa de forma
carinhosa, como se fosse um animalzinho de estimação.
O trato “humano”
entre as pessoas, o cuidado como o rio e com a natureza em geral, a reciclagem
do lixo, à importância de se preservar a mata nativa e as nascentes, que ainda
resistem em várias regiões da cidade, etc.
Achei em Cláudio
Luiz um companheiro de batalha. Mais um errante andarilho sonhador...
"Sou viajante
calado,
para ouvir histórias bom,
a quem podeis falar
sem que eu tente me interpor;
junto de quem podeis
pensar alto, falar só.
Sempre em qualquer viagem
o rio é o companheiro melhor..."
(Trecho do mesmo poema do começo)
Foto de Paulo Amaral
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