Ao assistir o filme “Gonzaga, de pai para filho” junto a meu
filho, vem na minha cabeça a imagem da mesa de trabalho do mestre Afonso Miguel, lá pelo ano 1987, na cidade de Olinda, e dos bonecos gigantes do carnaval que
ele esculpia no barro. Vejo o “Grande
Sertão Veredas”, a caatinga, os jagunços, os coronéis... A vida do mestre Luis
Gonzaga e sua origem pobre, sua chegada no Rio de Janeiro e sua luta pelo ganha
pão e o reconhecimento. Fiquei surpreso ao saber que no começo de carreira
ele se apresentava nas ruas e nos bares “rodando o chapéu”.
Emocionei-me na cena na qual ele sai na laje do teatro para cantar para “o povo” que não
tem dinheiro para pagar...
Lembrei-me que ainda é o ano do centenário do “Rei do
Baião”. Acabei de arranjar um bom motivo para sair brincar com minha boneca
Maria Antônia, dançando as músicas do "Gonzagão" e do Jackson do Pandeiro...
Maria Antônia encostada na bicicleta... |
Maria Antônia não é muito bonita. Faz mais de dez anos, quando morava em sampa - no "morro do querosene" - meu amigo Afonso Miguel (mestre mamulengueiro) me diz que queria fazer uma boneca esculpida diretamente na espuma, já que a técnica utilizada tradicionalmente é a de preencher uma malha de dança inteira com pedacinhos da mesma. E não é que eu, andando pela Avenida Corifeu A. Marques achei uns blocos de espuma novinhos, que acabavam de ser jogados?. Maria Antônia é feia mesmo!, Também, não dava para ser de outro jeito, já que acabou de se esculpida na tesoura, num cantinho do assento traseiro do Fusca, enquanto eu levava o mestre Afonso para o aeroporto, num dia de chuva torrencial, com o carro cheio de bagagens. Depois ela passou pelas mãos do meu amigo Antônio de Olinda que deu o acabamento da pele e pelas minhas, que acabaram acertando tudo na tesoura. O mestre mamulengueiro "Saúba dos bonecos" fez os primeiros "sapatos grudados" que eu renovo de tempos em tempos...
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