O que me mantém em Campos do Jordão há tanto tempo é a presença de um
público de Classe média alta paulistana que as vezes aparece por lá e com o qual vivo momentos de leveza e
arte. Isso
acontece pelo geral longe da temporada de inverno e das grandes multidões. O
curioso é que apesar de eu ser um ator de rua o meu trabalho funciona melhor
para um grupo reduzido de pessoas.
Nos últimos dois anos tenho ido quase todos os finais de
semana para Campos, ficando em casa de amigos. Pessoas simples que nem eu.
È bom ressaltar que o que eu ganho, na base de rodar o
chapéu, dá para meu sustento, mas não para acumular capital, e também que estou
tendo que me adaptar com a mudança do tipo de turista que frequenta a cidade.
A interação se dá melhor quando é para um tipo de público
determinado, seja rico ou pobre. Quando é misturado fica bem mais difícil.
Esse último Sábado aconteceu um fato muito legal, quando
consegui me refugiar num barzinho um pouco afastado da “muvuca” e toquei flauta
utilizando meu microfone com amplificador preso á cintura, acompanhando meu
amigo Cícero, que cantava dentro do local. Depois peguei minha “burrinha” e
continuei tocando enquanto brincava com o pessoal das mesas que começou a me
dar dinheiro espontaneamente. No fim me apresentei, agradeci a meu amigo e
rodei o chapéu, conseguindo praticamente o dinheiro do dia.
O Cícero me incentiva a tocar e a utilizar mais a flauta nas
minhas apresentações.
Além de ser bom, “tocar um instrumento” proporciona um outro
tipo de comunicação, assim como a escrita...
.
Vista da janela da casa do amigo, onde eu fico, no humilde bairro chamado Britador, em Campos do Jordão |
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário