Dizem que a arte é a loucura tem uma estreita relação. “Os
loucos de verdade” são medicados, ficando num estado de calma moderada, cada um
no seu canto, se relacionando com o meio de forma secundária.
É não é que acabei retomando o espetáculo “Na Rua” na sua
essência, me apresentando para um público desse tipo. Moradores de casas de
referência de saúde mental, espalhadas na cidade de São José dos Campos.
A apresentação foi feita na praça do bairro onde fica uma
das casas, logo ali, enfrente da casa onde eu morei durante cinco anos, no bairro
chamado “Bela Vista”, enfrente a antiga estação de trem. Nessa praça, por
exemplo, foi que ensinei meu filho a andar de bicicleta.
Lembro-me também de tantas noites nas quais sai para rua, caracterizado,
e fui “brincar” de palhaço, nos bares que ficam enfrente a praça.
Na apresentação com os “loucos”, me senti mais um deles.
Tinha um que usava um radinho de pilha que nem meu personagem, tendo como
antena um palito de fósforos. O radinho não funcionava, mas ele ficava ouvindo
mesmo assim. Teve um momento mágico em que imitei todos eles e alguns deles me
imitaram também.
Tarde ensolarada na praça, no dia da apresentação... |
Em fim, foi uma “loucura”. Quem sabe um dia desses não
encontre um deles na rua, de cara branca, querendo concorrer comigo...
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