João Maria Rilke, em seu livro “Cartas a um Jovem Poeta”
afirma que a arte é pura necessidade ao dizer: “Escreva no momento em que
se não o fizer você morre”.
Vejo pessoas querendo julgar a arte como se isso fosse
possível. A arte é a expressão livre por excelência. Por sorte, além dessa
corrente escura e conservadora existe uma outra bem mais forte e jovem,
trazendo ares de mudança, de renovação, próprios da era de aquário, com valoreis tais como os de “seja você mesmo”.
A arte de rua tem um forte papel político, especialmente a de intervenção, porque defende a
liberdade de expressão e dialoga com o cotidiano.
Ser, se expor, trocar diretamente, olho no olho, resgatar o
espírito de criança que está dentro das pessoas, trazendo alegria. Conseguir o
dinheiro necessário para viver, reciclando estado de ânimo e auto-estima.
É verdade que nesse ano tão difícil tive que me sujeitar a
situações complicadas, como ter que ficar bem mais tempo do que o usual, sob o
sol, me expondo para ganhar bem menos e ainda trabalhando para turistas de
classe média, em Campos do Jordão. Mas o esforço não foi privilégio meu, já que
a dificuldade bateu geral. Apesar de tudo, do desgaste emocional e físico,
sinto que valeu a pena, porque sempre vai valer a pena quando a alma não for pequena...
Apresentação no Parque Vicentina Aranha, Domingo 14-10-2017 (Foto de Diego Nery Javkin) |