Apesar
de sempre ter sido um crítico dos laços institucionais e durante muito tempo conseguido sobreviver de forma independente,
não deixo de reconhecer a importância que as instituições tem como apoiadoras
e incentivadoras tanto do meu trabalho como dos artistas da minha região em
geral.
Em
São José dos Campos, cidade onde moro, tenho crescido graças a projetos
desenvolvidos por instituições como a Fundação Cultural Cassiano Ricardo, SESC
ou a hoje extinta Oficina Cultural Altino Bondesan, da Secretaria do Estado da
Cultura. Através delas tenho participado como aluno e também como ministrante
de diversas oficinas, assistido a espetáculos de qualidade e apresentado minhas
histórias e interações como mímico-palhaço. Através dos seus agentes culturais tenho sido chamado para desenvolver o que sei fazer melhor que é "brincar".
Ainda
alimento o sonho de sair fazendo um tour mambembe, realizando percursos em
regiões diferentes do Brasil, como o fazia quando era jovem; me tornar
verdadeiramente um “mímico andarilho”. Hoje, tanto os meus colegas quanto eu
vivemos basicamente das verbas dos editais. Tudo é feito de um jeito formal.
Na
rua, exposto a tudo e a todos, está ficando difícil tirar o sustento no chapéu,
na atual conjuntura do país, com quatorze milhões de desempregados. Além do
mais, em Campos do Jordão, onde sempre me apresentei de forma espontânea,
criando um diálogo com o público turista, tenho perdido o meu espaço por uma
questão de falta de infraestrutura e de apoio, já que tudo virou meramente
comercial.
De forma “oficial”, em São José dos Campos, além de participar do Edital de "Circulação de apresentações artísticas" com meu espetáculo solo, tenho me apresentado na Semana do
Teatro, da Fundação Cultural, no último mês de Março, com “Dois
Brincantes e o Príncipe Feliz”, espetáculo da nossa companhia e com “Histórias
de Pia” (crianças de pequeno porte), uma nova empreitada, onde participo como
ator coadjuvante e músico de um divertidíssimo espetáculo de teatro de bonecos
da companhia de um amigo.
Também
comecei dar um curso de mímica e improvisação para o clown de dois meses de duração pelo SESC da cidade, dentro
de um projeto que atende jovens de 13 a 29 anos de idade.
Quando
digo para os meus alunos que eu sou artista de rua de origem eles parecem não acreditar, como se fosse uma atividade em extinção. Apesar disso,
eles estão abertos a tudo, inclusive a ir para rua, se for o caso...
Cito
aqui um trecho de “Cartas a um Jovem Poeta”, de João Maria Rilke, que li pela
primeira vez quando tinha 17 anos e que, apesar de falar da escrita, abrange as formas de expressão de arte em geral:
As instituições tem servido de suporte para nós artistas conseguirmos desenvolver nosso trabalho com um mínimo de dignidade.
Esse ano, com nossa companhia "Milongas Sentimentais" de Teatro Popular, contaremos com uma verba do Fundo Municipal de Cultura, já que fomos selecionados para desenvolver o projeto "Dois Brincantes e o Príncipe Feliz na Praça do Bairro" (Teatro/Comunidade), que vai abranger sete bairros de várias regiões da cidade.
Link Programação Semana do Teatro: https://issuu.com/fccrsjc/docs/cata_logo_semana_do_teatro_2019_iss
Link Programação SESC https://www.sescsp.org.br/programacao/186984_MIMICA
link da Companhia: https://www.facebook.com/Milongas-Sentimentais-Teatro-Popular-173882529422531/
Link da página do Mímico Andarilho https://www.facebook.com/MimicoAndarilho/
Link de vídeo de Mímico Andarilho https://www.youtube.com/watch?v=A6hWh0RAf0w&t=418s
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