Depois de um extenuante Sábado em Campos do Jordão, onde me vi
mais uma vez encurralado pela multidão, tive o respiro de um trabalho mais
tranqüilo, na cidade de Caçapava, no Domingo, dia 28 de Maio, no “Parque
ecológico da Moçota”, fazendo parte da programação do primeiro festival
cultural realizado por lá.
A "aventura” da viagem começou logo de manhã, eu, com meu corpo em farrapos pelo cansaço do Sábado, pegando a "burrinha" que estava no bar do Seu Antônio, em frente à rodoviária de Campos e continuou com a chegada na rodoviária de Taubaté, onde me aguardava o Marcos, funcionário da Prefeitura de Caçapava, com um carro oficial modelo "Siena" onde colocamos todos os meus pertences, inclusive a bicicleta. Para conseguir a façanha amarramos á tampa do bagageiro com um dos meus extensores, deixando a roda da frente da bike para fora com um paninho fazendo de bandeirinha pendurado ao guidão, em sinal de alerta, para os carros que vinham atrás da gente.
Já no parque, antiga fazenda, fui muito bem recebido,
na casa que fica logo na entrada, onde, da varanda, dava para avistar o
movimento da festa, com crianças brincando num parquinho, som de viola rolando
e pessoas indo e vindo. Senti-me em casa, como quando participo dos eventos
realizados no Parque da Cidade, em São José dos Campos. Depois do primeiro
contato na casa, chegou Paola, minha amiga e organizadora do evento, pedindo-me para fazer minha primeira aparição no meio do povo.Lá estava eu, maquiado,
tendo o primeiro contato com a turma...
Cheguei chegando, mas com sumo cuidado, detrás de mim mesmo,
brincando e observando. Pessoas simples abertas ao diálogo. “Brincadeira de
criança”.
“Feira Gastronômica e Cultural” distribuída pelo parque, onde
artistas e artesãos locais expunham suas obras e produtos e onde eram
vendidos alimentos para os visitantes. Fiquei sabendo ente outras coisas que o
doce típico de Caçapava é a Taiada e, inclusive, que este é o apelido das
pessoas que nascem na cidade.
O que mais me chamou a atenção é o espaço com extenso gramado
verde onde estava montado um palco baixo ao meio, pessoas bem á vontade
deitadas na grama e crianças brincando para lá e para cá, num clima alegre e
leve. Nesse marco vesti a minha “burrinha” e acabei conhecendo “Alice”, uma
menina negra de uns oito anos de idade, vestida com um pequeno boizinho de papelão. Ao
som do saxofonista que se apresentava no palco ensinei a Alice o movimento do
jogo realizado entre “Boi” e “Burrinha”, que apreendi no folguedo de bumba meu boi. Depois
fiquei sabendo pela boca da mãe que Alice sempre fala em ser artista. A menina
não me largava em momento algum, ela junto a um grupo de crianças se
grudaram em mim como abelhas ao mel.
Entre as coisas que mais gostei do festival estão a roda de
conversa com historiadores da cidade e a apresentação do violonista de São José
dos Campos Diogo Oliveira, com seu show em homenagem a Tom Jobim. Muito
diferente, ver uma pequena figura no centro de um grande palco, tocando o seu
violão e cantando suavemente em meio ao barulho natural da mata, misturado com
o barulho natural de gente. Vitamina de Moçota para fortalecer corações
brasileiros...
Você foi maravilhoso e fez a diferença - encantou vidas!!
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