quinta-feira, 20 de setembro de 2018

"Nas Asas de Santos Dumont"

Apresentação de Personagem "Santos Dumont", na FLIM (Feira de Literatura e Música) 2018, realizada no Parque Vicentina Aranha, nos dias 15 e 16 de Setembro, para o Instituto EMBRAER..

Para a construção da personagem, feita ás pressas, em dois dias de labuta, li sobre a vida e a obra de Santos Dumont, tentando deduzir rasgos da sua personalidade que eu pudesse interpretar. Para a caracterização contei com a colaboração de várias pessoas. Um amigo que já tinha representado o pai da aviação há vários anos atrás, me emprestou um terno que ficou do meu tamanho. Depois, um outro amigo, construiu o chapéu com feltro, usando como base um outro chapéu bem velhinho da minha coleção. Uma amiga me deu uma rosa branca de cetim que eu pus na lapela do terno e uma outra me emprestou uma réplica de um antigo relógio de bolso, além de uma pequena caixinha de música de manivela que interpreta “La vie en Rose” de Edith Piaf. Finalmente consegui tirar a tempo do conserto a minha caixinha amplificada de som que fica pressa à cintura. Através dela consegui tocar a trilha da personagem, composta de chorinhos de Pixinguinha, intercalados com efeitos sonoros de avião passando.

Apesar do meu receio no começo, a experiência foi realmente incrível, dada a importância de Santos Dumont para os moradores da cidade. Fui assumindo este na medida que interagia junto ao público que circulava pelo parque. Crianças conversavam comigo como se eu fosse realmente “o próprio”. Tive que me esforçar ao máximo para manter-me sério, já que pelo geral costumo rir nas minhas apresentações.


Foi um trabalho de teatro e interação que deu certo. Tudo foi se encaixando. Apesar de que tanto meu porte físico, como o formato do meu rosto ou a cor dos meus olhos serem diferentes a Santos Dumont, consegui pegar o personagem de dentro para fora, na introspeção, na contemplação, na gestualidade delicada. Trazendo elementos de um tempo antigo. A trilha sonora composta de chorinhos ajudou bastante a dar o clima da época. Até a maquiagem branca deu um tom de etéreo para ele. Alguém falou "Parece um fantasma" e eu com gestos respondi: "mais é!" Uma mulher falou comigo como se eu fosse o próprio Santos Dumont, perguntando como é que tinha chegado lá e eu respondi que estava testando a máquina do tempo de um colega inventor. Um senhor brincou dizendo que quem tinha inventado o avião eram os irmãos Wright. Veio a tona vários rasgos da vida de Santos Dumont dos quais eu tinha lido. Sua origem, sua família, sua sexualidade, sua tendencia suicida, etc. Enfim, inúmeros elementos que as pessoas iam trazendo para a personagem. Não saí imitando tudo mundo como estou acostumado quando vou brincar espontaneamente nas ruas. Fiquei mais na minha e as pessoas me chamavam e tiravam fotos comigo. Foi uma delicadeza e tanto. O público que frequenta o Parque Vicentina Aranha, em São José dos Campos é bem parecido ao público chique paulista que sempre valorizou meu trabalho na cidade turística de Campos do Jordão. Também teve o contato com o pessoal simples que trabalha no parque que brincava comigo me chamando de "Felipão" ou "Santos Dumont do Paraguai" pelo meu sotaque espanhol. 

Sou imensamente grato pelo meu oficio de ator, mímico e palhaço, por acreditar estar contribuindo para fazer esse mundo mais humano e solidário.

Foto tirada no Parque "Santos Dumont" com réplica do 14 Bis ao fundo

Mais fotos de apresentação na FLIM 2018


Link de vídeo "Santos Dumont brincando de aviador..."

Os bons ventos do segundo semestre...

Depois de um difícil primeiro semestre em que fiquei interagindo, batalhando o sustento na base de rodar o chapéu, nas ruas de Campos do Jordão, acabei sendo premiado com vários trabalhos institucionais a partir da segunda quinzena do mês de Agosto.

Os primeiros três, que fazem parte do Edital “Circulação” da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, de São José dos Campos, foram a participação na IV Mostra de Circo, onde realizei o “Cortejo de um só”, desfilando com minha “burrinha”, na Feira do Colonial, brincando durante duas horas seguidas para um público simples e interativo, formando em grande parte de nordestinos moradores do bairro. O segundo e o terceiro foram às intervenções nas ruas do centro, pelo Festivale, Festival Nacional de Teatro, do qual participo de alguma forma desde 2005.


Depois realizei um serviço na SIPAT de uma fábrica, contratado pelo SESI da cidade de Jacareí, onde minha função, como mímico, foi a de “ilustrar” a fala de uma ergonomista que dava dicas sobre postura corporal para os funcionários da empresa.

O último trabalho foi o mais especial de todos e aconteceu nesse último final de semana, quando tive a oportunidade de representar o ilustre Santos Dumont para o Instituto Embraer, que cuida, entre outras coisas, do colégio onde estuda meu filho. Isso na FLIM, realizada dentro do belíssimo parque Vicentina Aranha, na cidade onde eu moro, São José dos Campos, SP. Falarei com mais detalhes sobre essa experiência numa próxima matéria.


Apresentação no calçadão de São José dos Campos pelo Festivale 2018 - Foto de Paulo Amaral



Link da Programação da FCCR de Agosto que inclui a IV Mostra de Circo

Link da Programação do Festivale:2018

Link de Álbum fotos do "Mímico Andarilho" no Festivale 2018