terça-feira, 26 de novembro de 2019

De volta à Vila Maria...


Sexto bairro a ser atendido pelo projeto “Dois Brincantes e o Príncipe Feliz na Praça do bairro”, nessa semana estivemos na Vila Maria e nos concentramos na Praça Nenê Cursino, local da apresentação de nosso espetáculo. Lá fica a UBS, na qual fui atendido tantas vezes quando fui morador do bairro, e o Centro Esportivo, assim como ainda sobrevive a banca de jornal do Silvio e ele próprio, uns onze anos mais velho. Da última vez que nos encontramos ele me ajudou a divulgar meu espetáculo pelo projeto "Show na Praça" em 2008. Silvio tem alguns problemas de saúde como deficiência auditiva. Aos gritos expus nosso projeto, e ele, por sua vez, como ha onze anos atrás, se prontificou para apoiar a ideia dizendo - “Isso ai tem que acontecer todos os dias. Pena que aqui só dá bebum”. Também me contou que entre as modificações que houve na praça, que hoje conta inclusive até com “academia ao ar livre”, se arrepende de ter solicitado para a prefeitura a instalação de um quiosque e banquinhos de cimento, já que isso provocou o ajuntamento de pessoas em vulnerabilidade social...

Estamos em fase final do projeto, restando apenas duas apresentações oficiais, contando com essa da Vila Maria, e duas de “contra partida”, que faremos de graça, uma no centro, de noite, no período natalino, em local em que se concentram vários moradores de rua da cidade e a outra no litigioso bairro do banhado, para a população que resiste em sair de lá.

Comunicar com sutileza. Distanciar-me das pessoas para criar diálogo, em tempo de preconceito e intolerância. Tratar os outros do mesmo jeito carinhoso que gosto de ser tratado. Isso é o que tenho experimentado...


A "Burrinha" que tantas vezes alegrou a população do bairro
Para a realização do projeto já quase no final do ano estamos tendo que enfrentar as dificuldades do clima com o sol forte e a possibilidade de chuva devido à época. No caso da praça Nenê Cursino especificamente também existe a adequação da apresentação aos espaços reduzidos, à acomodação do público na hora da apresentação, o preconceito por parte dos moradores do bairro devido aos frequentadores da praça, etc.

Foram vários dias de divulgação nas ruas e no comercio, dentro da escola junto aos alunos, no centro esportivo e na UBS do bairro, em que conversei com as pessoas, colei cartazes, realizei intervenções teatrais, entreguei flayers, etc.

Tocando chorinhos dentro das sala de aula da escola

No dia da apresentação, marcada para começar às 10:30 horas, a nossa equipe chegou na praça antes das 09:00 da manhã. Terminamos de montar o cenário e André deixou o som ligado a partir das 09:30. Junto a Silvia entregamos flayers para os transeuntes e anunciamos no microfone a atividade a ser desenvolvida.
Começamos o espetáculo de forma expansiva na hora marcada, enquanto o público ia chegando ao local. As pessoas foram se acomodando nos bancos do quiosque e na grama em volta. Teve carrinho de pipoca e de picolé, de trabalhadores autônomos que foram convidados por Silvio, para colorir o evento.
Apesar da gente só ter conseguido reunir um pouco mais de trinta pessoas, a apresentação fluiu naturalmente com o público presente participando o tempo todo. No fim nos apresentamos, falamos sobre o projeto e da importância da arte no cotidiano do bairro. Agradecemos os apoiadores e, entre eles, especialmente ao Silvio, peça fundamental para o êxito da nossa empreitada.


Adequação aos espaço que a praça nos oferece

Apresentação "iluminada" de nosso espetáculo


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